Estudando a Tv evangelica

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Outro Post do meu amigo e irmão Jonas,este documento foi mandado via mail para uma estreita roda de amigos e conhecidos dele.

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2007
12:22h

Reconheço minhas limitações, meus esforços em acertar, minhas faltas, minhas carências espirituais, por isso, não escrevo o que segue para criticar quem quer que seja, pois eu mesmo sou merecedor de críticas e disciplina, mas, para refletir sobre uma questão que envolve as igrejas, sobretudo as evangélicas, assim conhecidas e a sua mensagem central. Há seis meses no Rio de Janeiro, morando sozinho no meu trailer, tenho, nos momentos de folga, entre as poucas opções, a televisão como canal de informação, embora eu mesmo não tenha por seu conteúdo qualquer atração. Contudo, percebi o grande número de programas na TV mantidos e desenvolvidos por igrejas evangélicas, as mais diversas. Atraiu-me assistir atentamente a cada um desses programas, por várias vezes, pela possibilidade de ter uma noção geral da visão bíblica, doutrinária e espiritual das igrejas evangélicas do Brasil, de saber como pensam os líderes religiosos, de colocar suas convicções e ensinamentos lado a lado com as de meu líder, de meu pastor, por que não? De ter uma espécie de Raio X da doutrina evangélica brasileira, pois ali estão representadas as mais diversas denominações. Filtrando as palavras jogadas, costumeiras, os chavões que permeiam os sermões, procurei concentrar-me no centro das mensagens pregadas, desprezando as palavras e comentários absolutamente acessórios, para poder discernir o cerne da mensagem que se pretendia fazer valer como verdadeira aos ouvintes. Após assistir a muitas dessas pregações, pude perceber que quase a totalidade delas procura dar fundamentação bíblica ao que se diz para agregar credibilidade. Percebi também que milhares de pessoas assistem aos programas, frequentam as igrejas, choram por algum motivo, se emocionam com os sermões, com as orações fervorosas e confessam ter sido abençoadas. Percebi que em muitos desses sermões existe uma razoável coerência entre o que se apresenta e o que se pretende. Percebi que a maioria dos pregadores detêm uma certa eloquência e técnicas para sensibilizar e atrair a platéia. Percebi que há até muito boa intenção naquilo que se faz. Percebi que os programas e seus organizadores geralmente alcançam seus objetivos, pois milhares de pessoas assistem, contribuem para manter aquela atividade, tornam-se parceiros. Percebi que o nome de Jesus Cristo vai aparecendo, através desses programas, em lugares onde a TV alcança, presídios, prostíbulos, lares desfeitos, nos condomínios, nos lares dos cristãos, dos espíritas, dos ateus...

pois o Seu Nome é repetido enfáticamente nesses sermões.

À primeira vista pode-se pensar: que bom, o nome de Jesus sendo divulgado, Jesus Cristo sendo apresentado a muitos. Certamente esses programas em seus sermões têm apresentado Jesus Cristo.

Contudo, queridos, entristeceu-me ver como a imensa maioria desses pregadores apresenta Jesus Cristo. E quando digo que fiquei triste, é isso mesmo que significa, fiquei triste por Jesus Cristo.

A maioria apresenta Jesus Cristo como alguém que existe para nos servir. “Venha para Jesus e terás uma vida maravilhosa...venha para Jesus e nunca ficarás desempregado...venha e tua família sorrirá maravilhosamente todos os seus dias na terra...venha e deixarás a favela...venha e nunca mais terás enfermidade, porque Ele te cura de todas elas...Venha para Jesus e não te preocupes com mais nada...venha e o mundo terá inveja de você, o mundo verá que grande prosperidade veio sobre tua casa, o mundo comentará em como você se deu bem...

É assim que nosso SENHOR é apresentado...que tristeza.

E descobri, com tristeza, que o cerne dessas mensagens está relacionado ao que Cristo pode fazer por nós aqui na terra...está relacionado às vantagens terrenas em seguir a Cristo. O foco dessa visão está num SENHOR que serve ao servo...nessa inversão total de posições no Reino de DEUS.

Rejeitando totalmente essa abordagem, redescobri que devemos amar JESUS CRISTO por quem e o que ELE é, por aquilo que ELE FEZ entregando-se em nosso lugar. Por ser ELE o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Príncipe da Paz...e nós os servos.

Redescobri que devemos apresentar JESUS CRISTO o filho de DEUS, o DEUS que se fez homem, que sofreu em seu corpo a vingança que estava reservada a mim, que me amou a esse ponto...

Apresentar esse JESUS que, a despeito de eu ter que tomar a minha cruz e segui-lo, foi preparar-me um lugar, uma morada, num lugar chamado céu e que este céu não é aqui, nem agora.

Que dizer de Paulo que afirmou, com relação às coisas desse mundo: “O que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo”. Paulo renunciou a todas elas, entregou todas elas, porque encontrou Aquilo que era muito melhor.

Como responder à pergunta de A.W. Tozer : “Como DEUS pode realizar Sua obra em pessoas que parecem pensar que o Cristianismo é simplesmente outra forma de obter coisas de DEUS?”

Muitas pessoas dizem buscar a vida profunda com DEUS, mas parece que querem obtê-la em forma de pílulas, para tais, parece que teria sido mais conveniente se DEUS tivesse organizado a religião de modo que pudessem ingeri-la em forma de pílulas com um copo de água. Assitem a sermões dessa natureza, compram livros, na esperança de ter a religião por prescrição.

Contudo, isso não existe. Há uma cruz. Há um patíbulo. Há um Homem com marcas de sangue nas costas. Há um apóstolo sem bens, com os princípios da solidão, do enfado, da rejeição, com o grilhão em seus pés, mas não há pílulas milagrosas.

Há um João Batista encarcerado, depois de viver 30 anos no deserto alimentando-se de mel silvestre e gafanhotos. Há um João Batista atônito na prisão, porque o Cristo não o visitou, não o libertou da prisão terrena. Há uma cabeça numa bandeja oferecida como prêmio à luxúria, mas não há pílulas mágicas.

Só precisamos de JESUS e mais nada, sequer precisamos pensar naquilo que Ele pode fazer por nós...precisamos alcançar esse amor por JESUS simplesmente...é o que meu coração me diz, é o que a Bíblia me diz.

Ou você ama seu filho por aquilo que ele poderá te dar? Você o ama, porque ele é o Pedrinho, a Mariazinha, o filho que saiu das entranhas...você o ama por que ele é, porque ela é, e pronto, é suficiente.

Que aprendamos a amar JESUS assim, com amor desinteressado.

E possamos dizer: Antes era a benção, agora é o SENHOR...Antes eu queria seus dons, agora eu quero apenas ELE...antes eu queria o milagre, agora só quero ELE.

Jonas Santana Pereira