domenica 18 novembre 2007

Na: A Bacia Das Almas encontrei e amei este texto

Tropa de elite

Fé e Crença

A história por trás da palavra católica/universal pode ajudá-lo a apreciá-la mais do que antes. Por toda a história da igreja e especialmente nos primeiros séculos, movimentos de renovação e de reforma surgiram, todos necessários à igreja. Com muita freqüência esses movimentos se enxergaram como a versão nova e melhorada do cristianismo, ou até mesmo como a única versão legítima. Essa auto-imagem inflada dos reformadores quase sempre levava ao rebaixamento de todos os outros cristãos – os que não se juntavam ao movimento – relegando-os ao status de fingidos desprezados e de perdedores comprometidos. Esses movimentos de renovação produziram assim um tipo de elitismo que dizia: “Somos os únicos que estamos certos. Todos os que não se unirem a nós estão errados, são sub ou não cristãos”.

Contra esse tipo de elitismo outros diziam: “Não. Queremos que vocês reformadores sejam parte de nós, mas não iremos nos juntar a vocês se isto significar excluir qualquer outro. Cremos que Deus quer que a igreja cristã seja uma comunidade receptiva, calorosa, não uma comunidade exclusivista, elitista. Continuaremos a ser igreja para todos que vocês rejeitarem. Seremos católicos/universais – a igreja receptiva e calorosa de todos, não apenas de uns poucos exclusivos e elitizados”.

Há um orgulho especial que é fruto de ser parte dos exclusivos, da elite, dos importantes. Mas ser católico significa encontrar outra alegria: o prazer de aceitar e de receber os pobres, os cegos, os vacilantes, os aleijados, os imperfeitos, os confusos, os equivocados e os diferentes. Isso não significa baixar nossos padrões de discipulado autêntico mais do que erguer nossos padrões de aceitação inspirados em Cristo.

Brian McLaren

* * *

Desde a última vez em que me referi ao livre-arbítrio o que escrevo não encontra tanta ressonância negativa quanto Só os católicos sabem o que é a graça.

Eu, que já sugeri coisa muito menos ortodoxa sobre assuntos mais controversos (não me peça para repetir), fui veementemente repreendido por por email, em grupos de discussão e no vasto cinturão de asteróides da blogosfera por ter dito algo de positivo a respeito da prática dos cristãos católicos, e conseqüentemente da sua fé. Explicaram-me que eu não teria uma visão tão positiva do catolicismo se o conhecesse em primeira mão; que deveria estudar história e teologia antes de me pronunciar levianamente sobre assunto tão sério; e que fui mais acurado e justo atirando pedras no protestantismo do que jogando flores e beijos para os católicos.

Não levou-se em conta, naturalmente, que para o seguidor de Cristo ser crítico com relação à sua própria matriz religiosa-cultural e generoso com relação a todas as outras deveria ser comportamento padrão. Avalie o quanto o Filho do Homem seria acusado de idealizar o samaritanismo se ousasse publicar no seu blog determinada parábola. Pense no sujeito que condenava os irrepreensíveis fariseus ao fogo do inferno e, simplisticamente, elevava as protistutas ao paraíso. Pense em Pedro na casa de Cornélio, reconhecendo seu preconceito anterior e admitindo que Deus aceita gente de todas as tradições religiosas e culturais. Pense no cisco que está no olho do seu irmão e na tábua que está no seu. Pense numa ortodoxia generosa.

E, de fato, aliar uma crítica inclemente do terreno conhecido à generosidade irredutível para com o outro/próximo são o truque literário e a lição mais antigos do cristianismo. Não canso de me admirar que ainda sejam necessários.

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