giovedì 23 agosto 2007

Luciana mia Mamma


Este dia 30 de Julho Luciana iria fazer 68 anos.

Infelizmente faleceu a mais de sete.

Incrível como certas datas e momentos ficam gravados na memória da gente.

Lembro muito bem aquele dia, a Luciana nervosa sentada na cadeira, entre ela e o medico uma escrivaninha com uma chapa apoiada sobre uma lâmpada da luz fria e trêmula, eu do lado dela em pé apoiado na parede não tinha nem a coragem de ter medo.

Os seus olhos expressivos, grandes e castanhos diziam tudo, estava apavorada, através o frenético movimento das pupilas dava de imaginar o cérebro procurando desesperadamente alguma saída sem encontrarem nenhuma.

Dentro de mim eu sabia a resposta como uma rocha caindo no estanho.

Ela fingiu ser forte, suspirou profundamente os mus-colos da face salteavam em baixo da pele e mordendo-se o lábio inferior mandou o medico dizer toda a verdade assegurando lo que estava pronta a luta.

Mas não estava nada pronta.

Era o dia 13 de Setembro de 2000, no dia 21 de Novembro do mesmo ano faleceria.

Sessenta-e-nove dias na maioria pesados e tristes.

Eu me acovardei muitas vezes, deixei o meu egoísmo, a mia raiva e revolta atingir a ela colocando a minha dor a protagonista daquele drama familiar, eu no lugar d 'ela, não era a Luciana que ia dever passar por tudo aquilo! mas era a MINHA mãe.


Luciana a 61 anos era uma mulher nova, cheia de vida e projetos, poetisa, escritora e escultora, mãe maravilhosa sempre pronta a correr em ajuda de qualquer um precisasse e mais ainda de nos filhos, por banal ou egoísta que fosse o pedido. Quem a conheceu sabe que não são elogios para alguem que se foi, mas a mais pura e cristalina verdade, Luciana era amiga leal e divertida era tudo de bom e do melhor.


Não estava pronta a morrer, não ainda! naqueles 60 dias o repetiu continuamente : “Eu não posso morrer agora, não ainda”. Argumentava, falando a Deus que as 11 vezes que o bisturi já tinha cortado o seu ventre eram de bom tamanho para não dever mais nada a doenças ou hospitais mas se enganava.

Aqueles trés maços de cigarros dia que fumava a tantos anos, não a perdoaram.

Sempre foi uma pessoa espiritual e cristã mas naquele momento perdeu o rumo e o pavor ganhou da sua inteligência, se jogou na religiosidade da esperança do milagre em vez de procurar serenidade mediante a aceitação dos eventos que estão a cima da nossa capacidade lógica de entender as tristes regras que fazem parte do desenho lógico e necessário do amor criador.


Na época da descoberta da doença morávamos no Brasil, depois de aprender que a medicina oficial não lhe dava nenhuma chance fomos atrais da medicina alternativa na Itália, embarcamos dia 15 de Outubro em Florianópolis a volta de Roma, foi uma viagem terrível, Luciana em estado terminal sofria de ataques de apneia, um dos pulmões estava completamente enfartado a causa do câncer e o outro estava sob ataque de metastases mas a tripulação da Air France não mostrou compaixão, nos tratou friamente a viaje toda, como se a presença de uma pessoa sofrente criasse só incomodo.

Foi só o começo de dias cheios de hemicranias terrivelis, depressão, apneias, vomito constante e progressiva perca de controle dos esfincteres.

São detalhes mas depois de ter conhecido uma pessoa a qual durante a vida toda tinha ciúme das próprias intimidades nos machuca observar-la se mijar e cagar toda ficando encabulada.

Não consigo esquecer o dia que ela sentada na patente (tinha medo de ficar sozinha ate um segundo) pediu para mim de segurar-lhe a cabeça pq se sentia desmaiar e eu brabo respondi que era para ela parar de fazer finta de se sentir mal que era hora que reagisse, ela jurava para mim que não era fita que se sentia morrer …e eu custei a acreditar. Queria tanto voltar atrais a aquele dia e reescrever lo, correria a abraçar-la seguraria a sua fronte com a minha falando sô frases de amor, com carinho seguraria a sua cabeça e a cobriria de beijos, mas o tempo corre sô em uma direção e o que já foi feito não tem volta.

Ainda levo a vergonha destes atos comigo, a amava mais que tudo e me comportei deste jeito, não consigo acreditar. O pior era que as pessoas em nossa volta relojavam a minha presencia constante ao lado dela, eles achavam exemplar aquele filho tam presente, assim agravando os meus sentimentos de culpa.

Faleceu sô uma semana depois e eu voltaria para o Brasil de cabeça baixa um dia mais tarde, quando sozinho entrei no avião, sempre da AirFrance, me senti a pessoa mais derrotada do mundo e chorei como nunca tinha feito e como ate hoje nunca mais fiz.

guido

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